segunda-feira, 12 de abril de 2010

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Eu ainda era uma criança (no sentido literal)...e me lembro que em uma das conversas com a minha mãe, ela me disse:
"-Não se manda no coração!"

Aquela afirmação me deixou um pouco revoltada, e eu agitada perguntei:

"- Quem disse isso?"

Minha mãe me olhou ternamente, e apenas afirmou o que tinha dito, com uma certeza ainda maior:

"- Não se manda."

Naquele dia, eu pensei comigo mesma:

"Eu mando sim no meu, o coração é meu."

A inocência de uma criança, a experiência de uma mãe, e a teimosia que sempre me fascinou.


Sempre quis controlar meu coração, as pessoas que eu amava, que iria amar, e que deixaria para trás. Controlar meus sentimentos, que afinal, fazem parte do meu corpo. Mas aos poucos aprendi, que o coração é como um pássaro, quando o controlamos, prendemos ele na gaiola.
O privamos de conhecer a liberdade. Mas a prisão evita dores, e também as alegrias. O coração precisa de espaço.

Porém a chave não abre a gaiola.

Encontro uma resposta diferente todos os dias, para a pergunta que fiz:

"- Quem disse isso?"

E a resposta que encontrei hoje, é que quem disse isso, foi apenas o coração.

E nele é impossível encontrar a lógica.

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